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Thais postou uma atualização
Um ditado popular diz que a beleza está nos olhos de quem vê. Nos dias atuais, essa frase ganha cada vez mais força, afinal, encaramos a beleza como algo subjetivo e que parte de uma perspectiva extremamente individual. Assim, cada um de nós encontra sua própria maneira de enxergar o que é belo. Apesar desse conceito ser válido em diferentes cenários da vida, precisamos aprofundá-lo um pouco mais, pois a estética, em seu aspecto mais profundo, é um dos temas mais abordados dentro da filosofia. Será que existe beleza para além do subjetivo?
Em uma resposta simples, podemos dizer que sim! Os antigos gregos já se debruçaram sobre esse tema, e seus escritos são um pontapé inicial importante para o assunto. Primeiramente, é fundamental entendermos o que estamos chamando de “beleza”. Não nos referimos aqui ao seu aspecto mais superficial, relacionado com corpos, mas sim em sua essência.
Pintura artística representando a Beleza de Vênus
O Nascimento de Vênus
O que é a beleza?
O que nos faz, por exemplo, achar uma casa bonita e outra não? Ou viver uma experiência bela em nosso cotidiano, em meio a outras tantas experiências “feias”? Como distinguimos isso? Uma das chaves para observarmos a beleza da vida está na harmonia. Para os gregos, a harmonia poderia ser expressa de forma matemática, e, assim, nasceria a simetria, a busca pela harmonia das formas. Os gregos, exímios matemáticos, buscaram o ideal de beleza a partir da construção de formas simétricas e em tudo aplicaram esse conceito: desde suas construções até o corpo de uma pessoa.
A simetria, porém, não foi buscada apenas como uma perspectiva cultural, mas foi percebida como a própria relação da natureza e suas formas. Pitágoras, um dos maiores filósofos da Hélade, falava que “Deus geometriza”, ou seja, as formas perfeitas são reflexo da criação divina. Pensemos um pouco sobre essa ideia e tentemos observá-la na natureza. De fato, quando colocamos um olhar geométrico para o mundo natural, é perceptível que tudo segue um padrão, uma proporção divina, que os gregos chamaram de “proporção áurea”. No mundo moderno, conhecemos a famosa “Sequência de Fibonacci”, que organiza e demonstra, através da matemática, como tudo, desde uma galáxia até um grão de areia, segue uma mesma lei.
Sequência Fibonacci, Montagem feita sobre foto de Pat Whelen via Unsplash
Considerando essa perspectiva, é possível determinarmos que algo é belo ou não a partir de uma relação matemática. É partindo dessas relações que surge a perspectiva da harmonia, em que cada objeto está em seu devido lugar e se relaciona de maneira benéfica com o Todo. Vale ressaltar que não foram os gregos que inventaram essa ideia, uma vez que ela existe na natureza. Isso significa que, de fato, o comportamento da natureza segue uma lei, uma ordem, e a partir dessa ordem surge, consequentemente, as formas e expressam a beleza.
Se observarmos por esse sentido, podemos entender que a beleza, em síntese, nasce quando uma forma está em concordância com uma lei atemporal, com um padrão que expressa sua força em todo e qualquer elemento da vida. Se ampliarmos essa ideia, perceberemos que a beleza nasce não apenas em formas ou em corpos, mas também em atitudes, sentimentos e pensamentos. Por isso, podemos dizer “que atitude bela!”, por exemplo, quando observamos uma pessoa agindo de maneira ética ou quando nos emocionamos e percebemos a beleza que há nos sentimentos, seja aqueles cultivados na solidão ou na companhia de outras pessoas.
Quem de nós nunca se encantou com a demonstração dessas atitudes, pensamentos e sentimentos? Precisamos entender que esses aspectos avançam para além de uma simples perspectiva, pois nos tocam a alma por sentirmos uma forte relação com o que transcende o aspecto humano, o que é exatamente o aspecto divino e atemporal do Universo.
Precisamos falar da beleza
Quando olhamos a beleza por esse aspecto, podemos perceber que, de fato, ela não é relativa. Apesar de entendermos que, de fato, a perspectiva do observador é fundamental para encontrar beleza na vida, a beleza em si continua – e continuará – existindo, independente dos olhares que receba. Nesse sentido, a beleza está sim nos olhos de quem vê, mas é preciso buscar enxergá-la. Quem não procura ver a beleza na vida em seus mais distintos aspectos jamais poderá ver a harmonia que a todo momento está saltando em nossa direção.
Para nos ajudar a entender um pouco mais sobre a beleza, recomendamos o livro “Beleza”, do filósofo Roger Scruton. Nessa obra instigante, Scruton nos convida a refletir a respeito da beleza e do lugar que esta ocupa em nossas vidas. Como deixa bem claro, sua abordagem não é histórica nem psicológica: é filosófica. Assim, faz uma condução por questionamentos como: a beleza é subjetiva? Existem critérios válidos para julgar uma obra de arte? Há algum fundamento racional para o gosto? Qual a relação entre tradição, técnica e gosto? Pode o belo ser imoral?
Livro Beleza do Roger Scruton
Livro Beleza, do filósofo Roger Scruton
Frente àqueles que consideram que juízos de beleza são meramente subjetivos, Scruton, com sua verve polêmica, questiona tal relativismo: “por que estudarmos a herança de nossa arte e cultura numa época em que o julgamento de sua beleza não possui nenhum fundamento racional?”. E com sua contundência característica, declara: “Neste livro, […] defendo que [a beleza] é um valor real e universal ancorado em nossa natureza racional [e que] o senso do belo desempenha papel indispensável na formação do nosso mundo”.
Concorde-se ou não com o autor, o fato é que não se pode passar com indiferença por seus argumentos. Se a intenção era fazer o leitor refletir a respeito do assunto, certamente os objetivos se cumpriram.
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Já publicamos um artigo sobre esse tema anteriormente. Para saber mais sobre, confira a publicação antiga em nosso site.
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muito bom!!!!
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Que massa
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